Colégio Vicentino da Imaculada Conceição

Visita guiada ao Circuito Histórico e Arqueológico da Herança Africana

No último dia 07 de junho os estudantes do 6º, 7º e 8º anos participaram da aula de campo por meio da visita guiada ao Circuito Histórico e Arqueológico da Herança Africana.

Nas últimas décadas, em particular, após o início das obras do Porto Maravilha, estudos e escavações arqueológicas trouxeram à tona a importância histórica e cultural da Região Portuária do Rio de Janeiro para a compreensão do processo da Diáspora Africana e da formação da sociedade brasileira. Achados arqueológicos motivaram a criação de grupos de trabalho para a construção coletiva de diretrizes para implementação de políticas de valorização da memória e proteção deste patrimônio cultural. Um resultado direto desses estudos foi a criação do que se convencionou chamar de “Circuito Histórico e Arqueológico da Herança africana”.

Cada um dos pontos do circuito remete a uma dimensão da vida dos africanos e seus descendentes na Região Portuária.

  • Cais do Valongo(e da Imperatriz) representa a chegada ao Brasil.
  • Cemitério dos Pretos Novos mostra o tratamento indigno dado aos restos mortais dos povos trazidos do continente africano. Nesse espaço contou-se com a participação especial do Prof. Dr. Reinaldo Tavares (UERJ).
  • Largo do Depósito era área de venda de escravos.
  • Jardim do Valongo simboliza a história oficial que buscou apagar traços do tráfico negreiro. Ao seu redor, havia casas de engorda e um vasto comércio de itens relacionados à escravidão.
  • Pedra do Sal era ponto de resistência, celebração e encontro dos povos africanos.
  • Morro da Conceição conserva várias construções de valor histórico, constituindo-se de sobrados centenários e da manutenção de nomes de rua que preservam singularidades do passado da cidade, como o caso da “Rua do Jogo da Bola”.

Sendo assim, o trabalho de campo teve por objetivo perpassar esses espaços de memória, a fim de materializar a barbárie ocorrida no período mais intenso do tráfico de cativos para o Brasil.

Tendo como inspiração a Campanha da Fraternidade de 2019 (Fraternidade e Políticas Públicas) e como norte as diretrizes presentes na Lei 1.645/08, que tornou obrigatório o estudo da história e da cultura afro-brasileira e africana, buscamos denunciar as violações de direitos cometidos à população africana (e seus descendentes), bem como valorizar a contribuição do povo negro na formação do país por meio de espaços de resistência (Pedra do Sal).

O projeto permitiu aos estudantes: condições para uma melhor compreensão do sistema de escravidão no Brasil; entrar em contato com diferentes elementos que caracterizam a cultura africana e compreender sua respectiva dimensão cultural e valores simbólicos.

Contudo, esse regaste histórico permitiu destacar violações de direitos humanos e as diferentes formas de resistência ao verdadeiro holocausto negrorealizado em nosso país por mais de três séculos.

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